O que você vai ver:
- Introdução à Lei nº 20.514/2019
- Tipos de Amianto e a Especificidade do Crisotila
- Decisão do STF e a Controvérsia com a Lei de Goiás
- Justificativas e Argumentos para a Lei em Goiás
- Impactos Econômicos da Extração de Amianto em Goiás
- Riscos à Saúde Associados ao Amianto Crisotila
- Perguntas Frequentes (FAQ) sobre a Extração de Amianto Crisotila em Goiás
Introdução à Lei nº 20.514/2019
A Lei nº 20.514, sancionada em 16 de julho de 2019, autoriza a extração e o beneficiamento do amianto crisotila no Estado de Goiás, exclusivamente para fins de exportação. Esta lei traz à tona um debate acalorado, pois contraria uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que proibiu a produção, comercialização e uso de amianto no Brasil devido aos riscos à saúde pública.
Tipos de Amianto e a Especificidade do Crisotila
Amianto Crisotila vs. Amianto Anfibólio
O amianto, um mineral conhecido por suas propriedades de resistência ao calor e durabilidade, existe em duas principais variedades: crisotila e anfibólio. No Brasil, apenas a variedade crisotila é encontrada e extraída. O crisotila, apesar de sua utilidade industrial, é amplamente reconhecido por ser altamente cancerígeno, o que levou à sua proibição em muitos países ao redor do mundo.
Contexto da Proibição no Brasil
Em agosto de 2017, o STF decidiu proibir a produção, comercialização e uso do amianto tipo crisotila em todo o Brasil, reconhecendo seus graves riscos à saúde. A decisão foi um marco na proteção à saúde pública, especialmente no setor da construção civil, onde o amianto era amplamente utilizado. No entanto, a decisão final só foi publicada em fevereiro de 2019, o que permitiu a alguns estados, temporariamente, continuar com a extração sob liminares.
Decisão do STF e a Controvérsia com a Lei de Goiás
Contrariedade à Decisão do STF
A sanção da Lei nº 20.514/2019 em Goiás gera uma clara contradição com a decisão do STF. Enquanto a mais alta corte do país proibiu a exploração do amianto, o estado de Goiás autorizou sua extração para exportação, alegando a importância econômica do mineral para a região, especialmente para a cidade de Minaçu, que abriga a maior mina de amianto da América Latina.
Justificativas Econômicas e Sociais
Os legisladores de Goiás justificaram a sanção da lei destacando a importância econômica do amianto para o estado. A extração do crisotila é apontada como a principal fonte de emprego e renda para a cidade de Minaçu. A paralisação da indústria desde fevereiro de 2019, em decorrência da decisão do STF, trouxe sérios impactos econômicos para a região, levando à aprovação da lei como uma tentativa de revitalizar a economia local.
Impactos Econômicos da Extração de Amianto em Goiás
Exportação como Solução Econômica
A lei autoriza a extração do amianto crisotila exclusivamente para exportação, o que, segundo os legisladores, beneficia economicamente tanto o estado quanto o Brasil como um todo. O minério é exportado para mais de 150 países, destacando-se como um produto de extrema importância para a balança comercial da região.
Dependência Econômica de Minaçu
A cidade de Minaçu em Goiás é altamente dependente da extração de amianto crisotila. A paralisação dessa atividade, por conta da decisão do STF, ameaça a sobrevivência econômica da cidade, que tem na mineração sua principal atividade econômica. A aprovação da lei é vista como uma medida emergencial para evitar o colapso econômico local.

Riscos à Saúde Associados ao Amianto Crisotila
Posição da Organização Mundial da Saúde (OMS)
A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica todos os tipos de amianto, incluindo o crisotila, como altamente cancerígenos. A exposição ao amianto está diretamente relacionada ao desenvolvimento de câncer de pulmão, mesotelioma, câncer de laringe, câncer de ovário e asbestose, uma grave fibrose pulmonar. Devido a esses riscos, o amianto foi banido em diversos países, reforçando a controvérsia sobre sua extração em Goiás.
Argumentos sobre Segurança no Manuseio
Em uma tentativa de tornar a lei constitucional, argumenta-se que os trabalhadores da mina em Minaçu não têm contato direto com o amianto, graças ao uso de alta tecnologia no processo de extração e manuseio do mineral. Relatórios apontam que todo o processo é automatizado, minimizando o risco de exposição humana ao amianto. No entanto, essa justificativa ainda é motivo de debate entre especialistas em saúde pública.
FAQ – Perguntas Frequentes sobre a Extração de Amianto Crisotila em Goiás
O que é a Lei nº 20.514/2019?
A Lei nº 20.514/2019 autoriza a extração e beneficiamento do amianto crisotila no estado de Goiás, exclusivamente para exportação, apesar da proibição imposta pelo STF.
Qual é a diferença entre o amianto crisotila e o anfibólio?
O amianto crisotila é a única variedade encontrada e extraída no Brasil. O anfibólio, outro tipo de amianto, não é encontrado no país. Ambos são altamente cancerígenos, mas o crisotila é o mais comumente utilizado na indústria.
Por que o STF proibiu a extração e uso do amianto crisotila?
O STF proibiu o amianto crisotila devido aos seus graves riscos à saúde, incluindo a alta incidência de câncer e outras doenças respiratórias em pessoas expostas ao mineral.
Como a lei de Goiás justifica a extração do amianto crisotila?
Os legisladores justificam a extração pelo impacto econômico positivo na região de Minaçu, onde a atividade é uma das principais fontes de emprego e renda.
A extração de amianto crisotila é segura para os trabalhadores?
Segundo defensores da lei, a extração em Minaçu é realizada com alta tecnologia, sem contato direto dos trabalhadores com o mineral. No entanto, a segurança dessa prática é amplamente debatida.
Quais são os riscos à saúde associados ao amianto crisotila?
A exposição ao amianto crisotila está associada ao desenvolvimento de câncer de pulmão, mesotelioma, câncer de laringe, câncer de ovário e asbestose, segundo a OMS.
Qual é a posição da OMS sobre o amianto crisotila?
A OMS classifica o amianto crisotila como altamente cancerígeno e recomenda sua proibição total devido aos graves riscos à saúde.
A extração de amianto crisotila em Goiás pode continuar?
Embora a lei de Goiás autorize a extração para exportação, a questão permanece controversa e pode enfrentar novos desafios legais, especialmente em face da decisão do STF.
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