O lixo eletrônico, conhecido por e-lixo ou RAEE (sigla de Resíduos de Aparelhos Eletroeletrônicos) é todo resíduo material produzido pelo descarte de equipamentos eletrônicos. O lixo eletrônico, , abrange também os componentes que constituem os eletrônicos, como baterias e pilhas (acumuladores de energia) e demais produtos magnetizados. A produção do lixo eletrônico é feita em todos os setores, seja em residências, indústrias ou nos comércios.
O lixo tecnológico ou eletrônico possui uma grande quantidade de substâncias prejudiciais ao ambiente e ao homem. Infelizmente no Brasil o e-lixo termina nos aterros sanitários junto com outros tipos de materiais, agravando ainda mais os problemas de contaminação.
Ressalta-se que aproximadamente 94% dos materiais contidos nos aparelhos eletroeletrônicos podem ser reciclados. Essa prática é crucial já que entre as substâncias tóxicas dos computadores e celulares estão o cádmio que é um agente cancerígeno, níquel, mercúrio e zinco que causam sérios danos ao organismo humano.
Segundo dados do Greenpeace, todo ano são produzidos 50 milhões de toneladas de lixo eletroeletrônico no mundo, cerca de 5% de todo o lixo gerado pela população mundial.
Com a necessidade crescente de reduzir o impacto dos recursos tecnológicos no meio ambiente surgiu a “Tecnologia da Informação Verde” ou apenas TI Verde. Trata do conjunto de práticas para tornar mais sustentável e menos prejudicial o uso de tecnologia, se propondo a compatibilizar o uso de recursos naturais de forma adequada às políticas sustentáveis existentes dentro das organizações.
A TI Verde engloba, entre outros, o cumprimento da legislação ambiental e os diagnósticos dos aspectos e impactos ambientais de atividades relacionadas à área da Tecnologia da Informação, seguindo e desenvolvendo procedimentos e planos de ação com objetivos de eliminação ou diminuição da agressão ambiental.
A TI Verde é composta por três níveis práticos que buscam reduzir o desperdício e aumentar a eficiência dos processos:
1) TI Verde de Incrementação Tática: Nesta etapa são incorporadas mudanças relacionadas ao controle do uso excessivo de energia elétrica. Não há custos extras uma vez que as políticas e infraestrutura não são modificadas;
2) TI Verde Estratégico: Nesta etapa são desenvolvidas novas medidas de produção e utilização de tecnologias, a fim de serem implementados novos meios de produção de bens e serviços ecológicos. Ela demanda uma auditoria sobre a infraestrutura utilizada e esforços em equipe para o desenvolvimento de novas medidas de utilização de recursos no processo produtivo.
3) TI Verde Profunda: Nesta etapa ocorre a integração dos níveis anteriores, sendo aplicadas modificações físicas no espaço produtivo, utilização de equipamentos de melhor desempenho, padronização de processos e treinamento da equipe. Exemplos: Projetos de sistemas de refrigeração, iluminação e nova disposição de equipamentos
Para comprovar que as empresas desempenham boas práticas relacionadas ao meio ambiente e reconhecem os cuidados tomados em relação a TI Verde existem renomadas certificações que atestam esta veracidade, como o Selo Verde e o PROCEL.
Algumas importantes empresas no mercado têm sistematicamente lucrado com a reciclagem de materiais eletrônicos. Os materiais obtidos da reciclagem dos computadores e outros equipamentos tais como fios de cobre, metais, vidro são reaproveitados como matéria prima para novos usos pela indústria. Como exemplo temos a utilização dos vidros de monitores reciclados para serem utilizados como piso.
Importante ressaltar que para a TI Verde trazer resultados é necessário que diferentes práticas sejam adotadas pelas organizações de modo a tornarem as atividades de TI mais sustentáveis, utilizando os recursos tecnológicos de forma mais eficiente e contribuindo para o meio ambiente.