Em entrevista concedida à Rádio Nacional, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), em 09/02/22, o Ministro do Meio Ambiente, afirmou que o Governo Federal deverá anunciar a criação do programa Metano Zero nos próximos 30 dias. A medida pretende estimular setores como o da agropecuária, energia e resíduos a transformar o gás metano em biocombustível com o apoio financeiro de bancos públicos.
De acordo com as informações, o Brasil tem potencial de geração de biometano que vem dos resíduos urbanos (aterros sanitários) e rurais, especialmente de aves, suínos, açúcar e álcool. Ele comentou ainda, que o projeto está sendo preparado pelo Governo e será lançado após a regulamentação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Decreto nº 10.936/22), que ocorreu em janeiro deste ano.
Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), o metano é 80 vezes mais perigoso para o aquecimento global do que o dióxido de carbono. No setor da agropecuária, o metano surge das liberações gastroentéricas dos animais e do esterco. Com técnicas para transformar o gás em um biocombustível, torna-se possível a substituição do diesel usado em veículos e máquinas pesadas na linha de produção.
Ressalta-se que durante a 26ª edição da Conferência das Nações Unidas sobre Clima (COP26), em novembro de 2021, o Governo Brasileiro aderiu ao compromisso global para redução das emissões de metano em 30% até 2030.
Outro tema em destaque que foi abordado na conversa, foi a criação do mercado regular de carbono no Brasil. A informação prestada é que o Governo Federal trabalha junto ao Congresso Nacional para definir um arcabouço legal para esse tipo de comércio.
Ficou explicitado também no encontro, que com a regulação do mercado, a iniciativa privada poderá, por exemplo, reduzir a emissão de carbono e receber uma certificação reconhecida internacionalmente, além de exportar créditos a países que não consigam alcançar suas próprias metas de neutralização.
Por fim a Autoridade informou, que haverá uma diversidade de produtos a serem comercializados, que vão desde créditos de vegetação nativa, de energia renovável, de redução de emissões de aterros sanitários, especialmente do metano, até atividades de agricultura e indústria de baixo carbono.